Tudo começou aos 9 anos, nas piscinas do Grêmio União Sanroquense. Sem maiores pretensões na época, Francine Meyer Sanches, 20, não imaginava que ali eram dadas as primeiras braçadas rumo a um futuro de muito sucesso na natação.

 

Gremista de coração, Francine relembra a sua primeira conquista.

 

“Aos 12 anos, fui vice-campeã paulista na prova dos 100 metros livres. Me lembro até hoje da minha chegada emocionante da primeira a terceira atleta, foi realmente maravilhoso. Outro fato de que jamais esquecerei é quanto ao meu técnico, Emerson Jimenez, que sempre repetia que teríamos que ser nadadores do Grêmio e isso significa nunca desistir, mesmo quando a dor toma conta de você. Nadador do Grêmio sempre fecha forte no final da prova, então, em tudo na vida nunca podemos desistir e sempre fazer da melhor forma possível, sempre tendo o máximo de dedicação”, fala.

 

A nadadora ressalta que sua maior motivação para seguir adiante no esporte e tornar-se profissional foi à medalha de ouro, conquistada pelo nadador César Cielo, nas Olimpíadas de Pequim, em 2008.

 

“O exemplo do César Cielo deve ser seguido e aconselho todos os pais a colocarem seus filhos em contato com a prática esportiva, porque também cresci muito com a vida de atleta, aprendi a ter responsabilidades desde cedo, com 15 anos saí de São Roque para morar em São Paulo, onde fiquei quatro temporadas ( 2010 a 2013) . Na época, ainda novinha, não tinha meus pais por perto para me levar na escola, preparar comida. Me recordo que tinha que focar cem por cento nas aulas para obter boas notas. Mas, como tudo na vida não é fácil, o esporte fez de mim uma pessoa mais competitiva, me ensinou que em tempos difíceis a paciência e perseverança devem predominar. O esporte me ensinou a ser humilde, a nunca desistir e ser grata por tudo que alcancei até hoje”, relata.

 

Conquistas:

 

Na época do G.U.S, Francine foi convocada para a seleção da região, com o objetivo de disputar o Troféu Kim Mollo, em Mococa / SP, fato este que não ocorria com uma atleta do clube há algum tempo.

 

Em 2008, ganhou seu primeiro ouro nos Jogos Regionais de Itu e por ser uma competição que não tem limite de idade, ganhar foi super emocionante.

 

“No Corinthians, fui ouro no paulista nas provas de 100m borboleta, 50m borboleta, 100m medley, ouro no revezamento dos 100 medley, nadando borboleta e com recorde paulista. Fui campeã brasileira, nado borboleta, nos revezamentos 4×100 medley e ganhamos também em alguns brasileiros o revezamento 4×100 livre, 4×50 livre. Por equipe tive a honra de ser campeã em 2009 por São Roque nos jogos regionais, e campeã paulista brasileira pelo Corinthians em seus primeiros títulos na história da natação do clube”, comenta.

 

Nova vida:

Francine saiu do Brasil para seguir seu sonho. Hoje mora em Montgomery, no Estado de West Virginia, nos Estados Unidos. “Faz exatamente um ano que estou aqui e foi a melhor coisa que fiz, porque posso me dedicar tanto a natação quanto ao estudo, e ainda tenho acesso a outra cultura”, explica.

 

Com uma rotina de treinamentos intensa – durante duas vezes na semana, Francine acorda às cinco da manhã. Já no restante da semana treina no período da tarde.

 

“Todos os dias acordo cedo, porque quando não estou na piscina, estou na academia. Nos sábados, os treinos são mais pesados e ocorrem geralmente das 8h às 12h”.

 

A nadadora são-roquense tem por meta nadar sempre o melhor possível para aumentar a sua bolsa de estudo na Universidade e levar o seu nome e a sua nacionalidade no hall da fama.

 

“Quero que o nome do Brasil e de São Roque estejam bem representados no Estado de West Virginia e depois de formada como treinadora, quero ir para as Olimpíadas, acompanhando os meus atletas”, finaliza.